Abraham Palatnik nasceu em Natal (RN) em 1928, recebeu sua educação formal em Tel Aviv, onde estudou na Escola Técnica Montefiori, especializando-se em motores de explosão, e iniciou seus estudos de arte no ateliê do pintor Haaron Avni (1906-1951) e do escultor Moshe Sternschuss (1903–1992).
O artista mudou-se para o Rio de Janeiro em 1947, quando passou a visitar o Hospital Psiquiátrico Dom Pedro II, coordenado pela dra. Nise da Silveira, e apreciar a obra excepcional de pacientes esquizofrênicos sem treinamento artístico prévio. Palatnik, então, abandonou a pintura e a figuração e passou a estudar a luz e o movimento. Em 1954, integrou o Grupo Frente com Ivan Serpa, Mário Pedrosa, Franz Weissmann e Lygia Clark, entre outros.
Em 1951, Palatnik teve sua obra motorizada Objeto Cinecromático: Azul e Roxo em Primeiro Movimento inicialmente recusada pela 1ª Bienal de São Paulo, por não se encaixar em nenhuma das categorias existentes na época. A obra foi depois aceita e recebeu menção honrosa do júri internacional da Bienal. Além de objetos cinéticos, ele desenvolveu também móbiles, desenhos e composições em madeira e papelão. Participou depois de outras sete edições da Bienal de São Paulo e de uma Bienal de Veneza (1964).
Na visão de Palatnik, a função do artista é disciplinar a percepção do caos.